A formação do aluno leitor na escola

Precisamos ler para entrar em contato com novas ideias e, para aprendermos a ter nossas próprias ideias.

Lemos por prazer, mas também por dever. Temos a obrigação de aprender. O aprendizado faz parte da nossa condição de seres humanos. Tudo o que somos o somos porque aprendemos. E aprendemos por meio da leitura. É lendo que entramos em contato com um universo novo, cheio de possibilidades. Aprendemos por meio da interação constante com o outro. Aprendemos por intermédio da cultura existente. Aprendemos através da busca constante por novas informações. É nessa interação constante que assimilamos nosso modo de ser e de atuar como seres pensantes e donos de nosso próprio destino.

Precisamos ler para interagirmos com o meio que nos cerca. O contato com a leitura é de extrema importância. E, a escola tem seu papel fundamental na formação de leitores ativos.

No inicio do século XX, ler era sinônimo de estar alfabetizado. A criança ia para a escola afim de aprender a ler, escrever e fazer contas. Essa concepção permaneceu por muito tempo, ou seja, a maior parte do século, formando leitores cuja atividade estava desligada da compreensão de textos habituais do cotidiano. Somente nos anos 80 é que se começou a tratar da aprendizagem do sistema linguístico não apenas como um conhecimento escolar, mas principalmente como noção de letramento, como algo que privilegia a formação de leitores, fazendo um trabalho com textos reais de circulação social.

O trabalho com leitura parece estar em um novo patamar nas escolas nos últimos anos. Os professores compreendem a função da leitura em suas diferentes modalidades: leitura pelo professor, leitura pelo aluno, leitura compartilhada, leitura para apresentar aos outros. Ler e apreciar um texto, atribuindo sentido, reler, comentar, comparar com outras leituras, ouvir o que dizem outras pessoas sobre o mesmo texto e ampliar seu olhar são ações que a escola pode desenvolver com os alunos em diferentes faixas etárias.

É preciso que o aluno aprenda a ler com fluência. Ler fluentemente não significa compreender o que se lê, pois é possível ler rapidamente sem entender o assunto de que trata o texto. A leitura de um texto requer conhecimento de seu propósito por parte dos alunos, já que fluência também tem a ver com a intenção da leitura: para que ler, quais estratégias poderão ser utilizadas e o que se espera ao final. E é importante expor aos alunos esses propósitos em cada atividade. Para que o aluno leia com fluência é fundamental que o mesmo possua domínio das relações entre grafemas e fonemas na ortografia; seja capaz de realizar uma leitura expressiva como entonação, ênfase e ritmo.

O leitor que ainda está preso à decifração dificilmente consegue entender o que aborda o texto lido. É necessário um trabalho que o ajude a ir além da leitura “palavra a palavra” ou “sílaba a sílaba” para buscar outros meios de identificação que permitam tornar a leitura mais fluente.

É importante que o professor promova diferentes tipos de atividades de leitura para desenvolver no aluno o gosto e aptidão e, se torne um bom leitor.

Exemplos de atividade de leitura: leitura pelo professor, leitura pelo aluno, leitura compartilhada ou colaborativa, leitura em voz alta, Ler e reler (O propósito dessa atividade é favorecer a compreensão de modo a dar mais ênfase a determinados trechos ou escolher o ritmo da narração), o sarau poético ou literário, o teatro lido ou a leitura dramática de textos, sequências didáticas, entre outros.

BRÄKLING, Kátia Lomba. Sobre a leitura e a formação de leitores. São Paulo: SEE: Fundação Vanzolini, 2004.

BATISTA, Antônio Augusto Gomes. Alfabetização, leitura e ensino de Português: desafios e perspectivas curriculares. Belo Horizonte: Anais do I Seminário Nacional Currículo em Movimento – Perspectivas Atuais, novembro de 2010.

SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado das Letras, 2004.